Friday, September 28, 2007
Monday, September 24, 2007
?44
O raiar da alvorada tolda a memória. Tudo se torna claro. O nada é infinito. A esperança é a companhia de eleição na expectativa de um novo amanhã. Nada morre, tudo se renova.
Tudo, na esperança de um novo amanhã, porque o dia nasce todos os dias.
Assim me expio, sem questionar, porque há coisas que valem a pena saborear sem as pôr em causa.
Wednesday, September 12, 2007
?43
Respondendo ao desafio proposto pelo Pedro, tal qual aqueles emails em cadeia, do tipo: blá, blá, blá, envie a cinco amigos…tirando o facto de que não há uma imposição por detrás, só responde quem quer.
Por respeito ao Pedro, respondo. Respondo, primeiro, que os livros, a meu ver, são algo íntimo; partilho as leituras em conversas, sim, mas fizeram parte de quem sou, partilhá-las acaba por me despir, se é que me faço entender.
Quebrando a cadeia, não vou passar a bola e vou referir um e apenas um, porque foi aquele que foi lido na altura que foi, porque eu vivia na altura as experiências que vivi (adolescência), porque me caiu nas mãos e devorei-o num fim-de-semana. E um, porque não me quero despir.
Classifico-o, não pela influência que teve ou que eu deixei que tivesse na minha moldagem, mas pelo sabor agridoce que me tocou após lê-lo.
Aqui vai:
O Retrato de Dorian Gray de Óscar Wilde: a imagem e o seu valor para nós e para os outros ou nenhum deles, a imagem por si só. Não é só a imagem do retrato, não. É a imagem social que queremos ter, tentamos olhar para nós próprios como os outros nos vêem mas nunca através dos olhos dos outros, sempre com os nossos. O reflexo do espelho é um espectro, nada mais do que isso. A imagem física é efémera mas a imagem social e psicológica rotula-nos por pequenas atitudes que parecem insignificantes mas que marcam quem nos vê…e quem nos vê nunca nos verá de outra forma. Por outro lado, amamos/detestamos uma pessoa em causa, admiramo-la/repugnamo-la ou o que amamos/detestamos, é a pessoa mesmo ou simplesmente a imagem que temos dela? Um espectro…