Há dias em que o fundo do poço parece estar a milímetros da tua cara. Quando pensas que nada mais de mau podia acontecer…cai-te o mundo em cima e perguntas: o que faço aqui?
Corpos que nascem com toda a sorte do mundo, seres em que todo o azar do universo fez deles a sua cama.
Tudo isto para equilibrar o quê? Uma balança divina invisível? Uma harmonia do Universo em que é necessário a existência dos opostos para saber o que é o pseudo equilíbrio?
O que é isto? Uma espécie de divina comédia, que de divina só tem a sensação de impotência, e que de comédia tem os actores, palhaços planetários, que se recusam a assumir a existência do destino, para se confortarem com uma frágil ideia de liberdade?
A sério? O que é isto?...?
2 comments:
sorte e azar... não sei se fazem parte de um lugar. Parecem alternar-se frequentemente. Também depende dos olhos com que vemos esses sinais «divinos» ou «casuais», será o azar uma sorte e a sorte uma inevitabilidade do azar?
Alexª, ‘pegando’ na tua ideia, vou juntar algo mais. Julgo que somos ratinhos dentro de um labirinto tal qual a experiência. Se o ratinho seguir por um caminho, apanha um choque, o estímulo recebido serve de lição (azar); se o ratinho seguir outro caminho e alcança o queijinho, recebe a compensação (sorte). Agora multiplica isto por milhões de pessoas e milhares de caminhos. Sim, depende dos olhos que vêem a definição, talvez esteja ai a liberdade, apesar de condicionada. Mas será inevitável? O ‘divino’ conforta-nos (mesmo que seja uma fantasia), e o casual assusta-nos (apesar de nos causar a sensação de liberdade).
Bjs
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